Há quem pense que fazer uma vitrine se resume a enfeitar uma loja ou um stand de feira. Entretanto, este conceito está muito distante do significado real desta ferramenta. Montar uma vitrine não é tarefa das mais fáceis e exige do vitrinista astúcia e criatividade. Para ser bem sucedido nessa empreitada, o centro de todo o trabalho deve ser o produto e não a vitrine em si. Mais que isso, é preciso alcançar coerência e união entre vitrine e público alvo.
A consultora de Visual Merchandising Patricia Rodrigues explica que a vitrine deve ser um questionamento e uma resposta imediata ao consumidor. “E tudo ocorre em apenas cinco segundos. Por este motivo aplicamos técnicas de comunicação aliadas a uma boa dose de experiência em artes plásticas em prol de sempre dar destaque à mensagem necessária para um determinado momento”, ressalta.
A vitrine é uma grande ferramenta de comunicação e vendas. Ela tem um resultado significativo enquanto vendas e tem toda responsabilidade de formação e manutenção de marca ou mesmo imagem de um estabelecimento comercial. Segundo Patricia, dependendo do setor, muitas vezes, o resultado de uma vitrine em vendas, chega a atingir 80% dos produtos.
Há mais de dez tipos e estilos diferentes de vitrine. Tudo depende das necessidades e expectativas dos clientes. Para cada situação, aplica-se uma técnica diferente. Na maioria das vezes (quase 70%) busca-se destacar o produto. Dessa forma, é importante ressaltar as propriedades do produto e transformá-las em base da informação. É o que se chama de vitrine conceitual - mostrar uso e aplicação do produto ou mesmo da matéria prima. “Como árvores junto ao papel, pois é da arvore que extraímos a matéria prima. Ou ainda um pequeno boneco escrevendo no papel que mostra uso e aplicação”, exemplifica Patrícia.
Entre suas ressalvas está a importância de ter sempre em mente que público e produto são complementares e os focos principais na hora de montar uma área de exposição. O publico é o grande alvo. “Todo produto busca o consumidor. Assim, podemos fazer uma simples analogia com as águas: assim como o rio busca o mar...”, destaca a profissional que ministra palestras sobre o tema há 15 anos.
Datas especiais pedem vitrines comemorativas
A relação entre vitrine e data comemorativa é completa. Principalmente durante as festas de final de ano. Ela funciona como cartão de natal da empresa e é o maior diferencial que o ponto de venda pode ter em relação a sua concorrência. O mesmo ocorre com outras datas como Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados e por aí vai...
Não faltam dicas para essas datas. Uma solução ideal para ambientação são as vitrines aéreas, onde todos os elementos decorativos saem do teto como se fosse uma espécie de móbile, deixando então os produtos expostos de maneira organizada em seus suportes. “Fazemos isto para evitar interferências tanto estéticas quanto de compreensão entre o que é produto e o que é material cênico”, ressalta Patricia.
A diferença entre vitrines de lojas e de feiras
Na verdade uma vitrine de loja e de feira tem públicos alvos muito diferentes. Enquanto uma busca o consumo para uso próprio, a outra busca vender.
Patricia Rodrigues é responsável pela elaboração de vitrines da Filiperson para feiras do setor. Ela explica que em uma feira a vitrine tem uma responsabilidade enorme. “Temos no mesmo espaço físico todos os nossos concorrentes e todos os consumidores e é um grande desafio se destacar entre o enorme número de empresas.” O outro desafio das vitrines em feira é com relação ao tempo. “Não existe um tempo necessário para o namoro do consumidor com a vitrine, como em uma loja. Por isso, na feira, a vitrine deve ser clara, objetiva e ao mesmo tempo carregada de sedução”, dá a dica.
“Isto tudo sem falar do aspecto educativo que uma vitrine de feira tem, tanto de informação das propriedades do produto, quanto do aspecto de ensinar a um lojista qual é a melhor maneira para expor o seu produto”, destaca Patricia. E completa: “enquanto que em uma loja tudo é em outro ritmo...”
10 passos básicos para se montar uma vitrine com sucesso
1 - Ter uma boa estrutura, pois não existe uma boa vitrine sem a estrutura adequada.
2 - Ter uma iluminação focal, nada de luz branca em vitrine.
3 - Ter suporte para elevação do produto é vital para a exposição.
4 - Movimento, ou seja, evitar uma vitrine muito linear e estática.
5 – Usar a criatividade com bom senso, ou seja, sabendo a hora certa de parar.
6 – Buscar, sempre que possível, usar o próprio produto como tema da vitrine.
7 – Deixar espaços vazios entre os grupos de produtos.
8 – Ter uma vitrine limpa sobre todos os aspectos.
9 – Acabamentos impecáveis.
10 – Ter em mente que vitrine não é um gasto e sim um investimento.
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