Técnica de scrapbooking é novidade no Brasil
Usada nos Estados Unidos há mais de 10 anos e febre em países como Austrália, Canadá e Inglaterra, a técnica de scrapbooking começa a ganhar espaço também no Brasil. É uma forma diferente de montar um álbum, que combina fotos com enfeites, colagens, papéis e técnicas decorativas. A intenção é registrar em pequenos textos as lembranças que acompanham a foto.
As ferramentas básicas para quem quer começar um scrapbooking são: estilete, régua, lápis, borracha, tesoura, caneta e papel sem acidez. Alguns materiais que também podem ser usados: fita adesiva dupla-face, moldes de letras e desenhos, esquadro, compasso, carimbos e tinta, furadores de papel e stencil metálico (para fazer relevo).
A Filiperson oferece grande variedade de papéis texturizados para criar legendas, pequenas histórias e títulos, como os da linha Filiset: Granitto (com fibras coloridas), Pérsico (reproduz visualmente as nuances do pêlo de cavalo), Linho (imita a superfície do tecido linho fino) e Goffrata (com marca d'água que simula papel artesanal antigo), entre outros.
No Brasil, desde novembro de 2003, existe o site especializado Scrapbook Brasil (http://www.scrapbookbrasil.com) que conta com dicas, artigos, fórum de discussões e galeria de fotos. Segundo Cristianne Dias, administradora do site, a técnica começou a ser difundida no País em 2004. “Temos mais de 5 mil membros registrados no site. E este número tende a crescer, à medida que o scrapbooking é divulgado, e atrai mais investimentos de empresas brasileiras”, comenta. Ela utiliza a técnica há quatro anos e, nos três anos que morou nos Estados Unidos, aperfeiçoou a qualidade de seus trabalhos ao participar de cursos e feiras.
Basta escolher um tema (meus primeiros anos, casamento, filhos), selecionar as fotos e começar a planejar as páginas. O registro de uma viagem à praia, por exemplo, pode contar com conchas, a letra de uma música, adesivos temáticos, botões ou desenhos.
Nos Estados Unidos, adeptos do scrapbooking movimentam milhões de dólares todos os anos, em lojas e feiras especializadas. Em algumas cidades do Brasil ainda não há materiais específicos à venda, mas é possível usar outras técnicas. Títulos podem ser impressos no computador, usando fontes diferentes, e depois decorados com miçangas. Botões de roupas infantis de diferentes formatos e cores podem ser usados como enfeites e há oficinas que ensinam técnicas para fazer relevo e outros efeitos no papel. A técnica de paper piercing, mais simples, permite cortar moldes em papéis de cores variadas para montar figuras. As folhas coloridas podem ser facilmente encontradas nas papelarias, como a linha escolar Filipinho Color.
A criatividade dá o toque especial e pessoal. “Existe uma variedade enorme de papéis que se pode usar em um álbum de scrapbooking, porém nenhum deles deve conter pH ácido. O ideal é usar papéis com pH neutro e 'lignin-free' (sem lignina/lininho)”, explica Cristianne. Isso porque a acidez faz o papel ficar amarelado após um tempo. Outros materiais, como tinta, cola e fitas adesivas também devem ser acid-free, para não contaminar a fotografia.
“Papéis alcalinos, como os da Filiperson são ideais para ser utilizados”, completa a arquiteta e artista plástica Solange C. P. Marques, que faz parte da equipe de designer do site e utiliza a técnica há um ano e meio. “O que eu adoro no scrapbooking é unir arte à preservação das memórias. Gosto de criar o design das páginas, o esquema de cores a composição, tudo isso aliado à história contida numa foto e que ficará preservada para as próximas gerações”, diz.
A técnica também permite que momentos importantes que não foram fotografados sejam registrados de forma especial, através de textos, poesias ou ainda lembranças, como entradas de cinema, mapas de viagem, etc. Fotos que lembrem o momento ou mesmo desenhos e pinturas também são boas opções. Papéis de uso artístico, como o Filiart Renaud, são ideais para pinturas a óleo, acrílico, guache, ente outros. O que importa é a criatividade. |