Olá a todos.

Entre os e-mails que recebi dos leitores no último mês, um deles chamou-me a atenção e influenciou-me a escolher este tema para esta coluna.

O e-mail cujo conteúdo reproduzo a seguir reflete a dúvida de muitos usuários e ao abordar o tema imagino estar auxiliando a um bom número de usuários de impressoras Ink Jet.

“... gostaria de entender por que às vezes mudam os resultados das cores e os tons de cores de uma mesma foto impressa em  papéis diferentes mesmo sendo todos eles de igual brancura e usando a mesma impressora com a mesma tinta do mesmo fabricante?”.

Bem, a resposta a essa pergunta é simples, porém extensa. A análise do fenômeno descrito depende do conhecimento de outros fatores, mas, na falta dessas informações adicionais, analisemos todas as possibilidades:

1) Diferentes papéis têm diferentes superfícies e diferentes tratamentos, portanto, comportamentos diferentes quando recebem a tinta. Um papel mais poroso ou de poros maiores possibilita uma maior penetração da tinta e, por conseqüência, uma menor quantidade de pigmentos ou corantes fica na superfície. Assim, as cores tendem a serem menos intensas ou mais apagadas.

2) Diferentes papéis têm tratamentos com formulações distintas, fazendo com que os “ganhos de pontos” sejam desiguais e, assim, os meios tons formados nos encontros de pontos sejam diferentes, alterando os níveis de contraste. Como já escrevi em coluna anterior, o contraste é um dos elementos de maior responsabilidade na percepção da definição da imagem e por tanto na sensação de “calor” das cores.

3) As impressoras têm em seus setups de impressão a possibilidade de escolha de “tipo do papel” exatamente para tentar compensar essas disparidades. Ocorre que diferentemente de quando você  escolhe “papel comum” (os papéis comumente chamados de sulfite são muito parecidos em suas construções e composições) os papéis fotográficos são muito diferentes entre si. Dessa forma, ao escolher “papel fotográfico” no setup de impressão, a impressora envia uma determinada quantidade de tinta numa determinada freqüência, independentemente desse papel fotográfico ter este ou aquele elemento receptivo, de porosidade X ou Y e um revestimento de 10 ou 30 gramas.

4) O grau de umidade do papel utilizado também pode provocar distorções nos tons de cores e até mesmo na definição da impressão. Um mesmo papel, do mesmo fabricante, de um mesmo lote, se impresso imediatamente ao ser retirado de sua embalagem original proporciona um determinado resultado. Outra folha desse mesmo papel, do mesmo fabricante, da mesma marca e da mesma embalagem pode ter um outro resultado se deixado de um dia para o outro fora de sua embalagem, adquirindo umidade do ar. Os elementos receptivos “bebem” a água do ar e quando vão receber a tinta, já com parte da “sede” saciada, deixa de absorver parte da água da tinta, deixando-a na superfície do papel o provocando nuances nas cores ou até mesmo perda de definição.

5) A “brancura” dos papéis é perceptível ao olho humano apenas dentro de níveis um tanto amplos. Variações de “brancura” de 3, 4 ou 5% são imperceptíveis à maioria das pessoas, mas a influência dessas variações sobre as cores depositadas sobre essas superfícies alvas produz mudanças nos tons que são muito mais facilmente perceptíveis.

6) Há que se levar em consideração que tintas de alguns fabricantes alternativos  podem conter variações de cores graças ao uso de pigmentos ou corantes de diferentes fornecedores ou mesmo de diferentes concentrações ou homogenização.

7) O amigo leitor que enviou esse e-mail não citou se está usando sempre o mesmo setup de impressão, mas, presumo, deve estar fazendo isso. Caso contrário, nem precisaríamos comentar, os resultados mudam brutalmente, pois as quantidades de tinta depositadas sobre o papel pela cabeça de impressão são muito diferentes e produzem, evidentemente, tons de cores distintos.

Uma das coisas que mais me motivou a fazer da resposta ao e-mail o tema da coluna deste mês foi à satisfação de perceber que os nossos leitores, clientes da empresa na sua maioria, ao usar nossos produtos desenvolvem um interesse crescente pela técnica e, em última análise, a tirar de suas impressoras a melhor qualidade possível.

Essa é a nossa proposta com a linha Filipaper InkJet Pro. Causar sempre a melhor impressão.

Escrevam, critiquem, sugiram, perguntem. É sempre um grande prazer constatar o interesse e tentar ajudar.

Abraços a todos e até a próxima.

Daniel Grassiotto
Gerente da Unidade Digital
Filiperson Papéis Especiais
daniel@filiperson.com.br