Suporte Técnico

PAPEL PERMANENTE

Entendemos que um papel é "PERMANENTE" se em condições normais de utilização e acondicionamento não se altera significativamente quanto à sua aparência visual e sua resistência interna por pelo menos 100 anos.

De forma mais técnica e precisa, para ser classificado como "PAPEL PERMANENTE" o produto deve atender às normas internacionais de procedimentos de métodos de análises assim como especificações mínimas.

A norma americana ANSI/NISO - Z3948 – 1992 coloca as seguintes exigências:

• pH do papel deve ter no mínimo 7,5 e no máximo 10;
• Resistência ao Rasgo, na direção da máquina, de no mínimo:
- para papel não revestido 5,25 mNm2/g;
- para papel couchê 3,50 mNm2/g
• Reserva alcalina mínima de 2% de Carbonato de Cálcio;
• Não pode conter mais de 1% de lignina.

A norma européia, aceita como internacional, é a ISO 9706-94 que exige:

• pH entre 7,5 e 10;
• Resistência à oxidação com número de kappa inferior a 5;
• Reserva alcalina 20 gramas de carbonato de cálcio por kg de papel;
• Resistência ao Rasgo: mínimo de 350 Mn.

Estas exigências mínimas são indicadas para os papéis que sejam bem acondicionados e não sujeitos a variações de temperatura e umidade relativa nunca inferior a 50% e, principalmente, não devem estar expostos ao ar poluído.

Para a guarda de documentos permanentes recomenda-se o uso de intercaladores e cartões com uma reserva alcalina de, no mínimo, 25% de Carbonato de Cálcio que terá a finalidade de absorver os gases ácidos provenientes de ar poluído, como gás carbônico, gases sulfurosos e óxidos nitrosos, por pelo menos 200 anos.

Além disso, esses intercaladores e cartões não podem conter metais como ferro, cobre, cromo, manganês e níquel.

A literatura também recomenda avaliações de resistência a dobra-duplas após um período de teste de envelhecimento acelerado a 105ºC em estufa. Sabe-se que a resistência a dobras-duplas é muito sensível a qualquer degradação das fibras de celulose.

A principal diferença entre o papel neutro e o papel alcalino é que somente este tem a capacidade de resistir ao tempo com ataque maior ou menor de gases ácidos presentes no ar ambiente.

Para sua conservação eficiente o papel neutro sempre exigirá a proteção de um acondicionamento eficiente como o uso de papel com reserva alcalina.

Desde 1993, como gerente técnico da Filiperson no desenvolvimento de novos produtos, Ovídio Sallada dedica-se há mais de 40 anos ao setor de celulose e papel.  Formado em Engenharia Química na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, participou do primeiro grupo de pesquisadores do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas na Cidade de São Paulo, na elaboração de estudos sobre o melhor aproveitamento do Eucalipto para a produção de celulose branqueada de alta qualidade na produção de papel. Ovídio Sallada completou sua especialização no Instituto de Química da Celulose e Instituto de fabricação de Papel da Escola Politécnica de Darmstad – Alemanha. Fez parte dos Grupos: Votorantin e Schweitzer Mauduit, no Rio de Janeiro. Um dos fundadores da ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel – hoje, depois de ocupar o cargo de primeiro gerente da Divisão de Normas e Presidente (72/73), faz parte do Conselho Diretor.