Suporte Técnico

TÉCNICAS DE PINTURA EM PAPEL

Todo artista necessita primeiro de papel para começar a colocar sua imaginação em algo concreto para daí prosseguir, aumentar, cortar e até simplesmente abandonar suas idéias. Basta jogar o pedaço de papel fora. Qualquer papel, literalmente, serve para este transbordamento da imaginação.

Porém na fase seguinte a coisa fica séria. QUE PAPEL ESCOLHER!

Aqui vai a nossa recomendação:

Se for um trabalho a crayon, lápis de cera ou simplesmente lápis de cor, o papel recomendado não poderá ser muito liso, de preferência até com alguma textura, com grana média ou grossa. Também pode ser usado papel gofrado linho, telado, casca de ovo ou outro, à escolha do artista. A cor poderá ser branco natural, creme suave, branco azulado ou até papéis de alta alvura. Lembrar apenas que os papéis muito brancos possuem corantes e alvejantes que não são estáveis à luz e que mudam de cor com o tempo, mesmo sendo alcalinos.

Se for um trabalho a bico de pena ou a carvão o papel não deve ser de textura grossa. Neste caso deve-se escolher o papel de grana fina, sem ser de alta lisura, e com muito boa resistência superficial que permite apagar com borracha sem borrar ao receber o traço novamente. A cor é livre.

Para um trabalho com tinta a óleo ou tinta acrílica deve-se escolher um papel de alta qualidade, cor branca natural, neutra ou até de preferência alcalino para garantir sua durabilidade e permanência no tempo. A superfície deverá ser escolhida ao gosto do artista tendo em vista sua técnica de trabalho e os motivos imaginados. De preferência grana grossa para reter bem a tinta viscosa do pincel com textura imitando a tela de algodão se for o caso ou com outros desenhos. A resistência deve ser alta, e deve-se dar preferência aos papéis contendo algodão. A gramatura que tem maior preferência é de 200g/m².

De todos os trabalhos artísticos feitos sobre papel o mais exigente é a aquarela, e suas variações como o Carand’ache. A característica principal é a velocidade de absorção de água, ou seja, do espalhamento da tinta à base de água no papel. O papel deve ser resistente, inclusive quando umedecido. A gramatura recomendada é de 200g/m2, 240g/m2 ou até maior em casos especiais. A presença de algodão é sempre preferida. A superfície usual será a de grana grossa com ou sem textura. A cor branca natural a mais comum por não intervir com as cores da aquarela que geralmente são de tons suaves. A uniformidade de absorção de água e o espalhamento da tinta devem ser uniformes em diferentes lotes de papéis comprados em tempos diferentes. A qualidade do trabalho depende muito da técnica do artista em dominar as nuances a serem obtidas em cada pincelada. Para uniformizar a capacidade de espalhamento das cores alguns artistas usam a técnica de molhar toda a folha previamente com pincel, prendendo as beiradas com fita adesiva e deixar secar ao ar ambiente, sem aquecimento forçado.

Como vemos a escolha do papel já em si é uma arte e é muito pessoal que só se desenvolve com o tempo.

Desde 1993, como gerente técnico da Filiperson no desenvolvimento de novos produtos, Ovídio Sallada dedica-se há mais de 40 anos ao setor de celulose e papel.  Formado em Engenharia Química na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, participou do primeiro grupo de pesquisadores do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas na Cidade de São Paulo, na elaboração de estudos sobre o melhor aproveitamento do Eucalipto para a produção de celulose branqueada de alta qualidade na produção de papel. Ovídio Sallada completou sua especialização no Instituto de Química da Celulose e Instituto de fabricação de Papel da Escola Politécnica de Darmstad – Alemanha. Fez parte dos Grupos: Votorantin e Schweitzer Mauduit, no Rio de Janeiro. Um dos fundadores da ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel – hoje, depois de ocupar o cargo de primeiro gerente da Divisão de Normas e Presidente (72/73), faz parte do Conselho Diretor.